ARTIGO ESCOLHIDO DO MÊS - A importância do planejamento de ensino


Oi gente,

Para combinar com o assunto que comecei a conversar este mês, pesquisei um  artigo científico sobre planejamento de ensino. Como no Instagram só cabe o resumo do artigo vou deixá-lo na íntegra no blog, para consultas a qualquer momento. A gente ainda tem muito para conversar sobre organização da vida docente! O artigo abaixo ainda contém um resumo bastante proveitoso sobre as tendências pedagógicas brasileiras que já abordei aqui em 2020. Mas sempre vale a pena revisitar o assunto!

E se depois de ler, alguém quiser enviar alguma consideração, precisar de um suporte ou tiver alguma dúvida é só me mandar um e-mail. 
Divirtam-se. 
Beijos, M.


A importância do planejamento de ensino para o bom desempenho do professor em sala de aula

Por 
Maria Lucia dos Santos ¹
e Conceição Solange Bution Perin ²


1 -  Professora Pedagoga QPM do Colégio Estadual Papa João XXIII– E.M.N; professora PDE pela UNESPAR – Campus de Paranavaí. E-mail: marialuciasantos@seed.pr.gov.br
2 - Doutora pela UEM, Docente e Orientadora pela UNESPAR – Campus de Paranavaí no Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE. e-mail: sol_perin@yahoo.com.br


RESUMO

Este artigo tem o objetivo de apresentar os resultados dos estudos realizados no Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, ofertado pela Secretaria de Estado de Educação do Estado do Paraná. O estudo analisou sobre as dificuldades apresentadas pelos professores sobre o planejamento, ou seja, procuramos analisar o processo de planejar nas suas diferentes concepções. Dessa forma, este estudo apresenta subsídios para uma melhor compreensão de sanar as dificuldades enfrentadas no momento da elaboração do Plano de Trabalho Docente e interpretações teóricas das concepções pedagógicas que permeiam as escolas e as práticas desenvolvidas no dia a dia dos trabalhos escolares, bem como, as metodologias desenvolvidas. Para tanto, o estudo permeia o Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola confrontando-o com o planejamento que está sendo realizado e com a forma avaliativa que é praticada pelos educadores no processo ensino/aprendizagem. Logo, esse estudo objetiva com que os professores compreendam sobre a importância do processo avaliativo e saibam como tomar decisões coerentes e consistentes que estejam relacionadas ao ensinar e ao aprender, também a possibilidade de repensarem sua prática educativa no cotidiano escolar, Compreendemos que este é o processo que envolve o conhecimento de como, porque e para que planejar, visando os conhecimentos teóricos na prática, promovendo mudanças significativas no ensino/aprendizagem, a fim de promover uma educação de qualidade. 

Palavras - Chave: Planejamento; Avaliação; Ensino/Aprendizagem; Qualidade no ensino.


1. INTRODUÇÃO 
Este artigo é resultado de um estudo sobre Planejamento, desenvolvido pelo Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, ofertado pela Secretaria Estadual da Educação do Estado do Paraná – SEED, tendo como parceira a Universidade Estadual do Paraná – UNESPAR, Campus de Paranavaí. Com os estudos e pesquisas pudemos analisar sobre a importância e a necessidade do planejamento para o bom desempenho do professor em sala de aula, entendendo que esse estudo pode auxiliar os educadores na sua prática cotidiana. Desse modo, propomos elaborar um material didático que seria usado na intervenção, ou seja, na Implementação Pedagógica da Escola junto aos professores do Colégio Estadual Papa João XXIII, Ensino Médio e Normal. 

Compreendendo que o planejamento é um instrumento que subsidia a prática pedagógica do professor e que possibilita a ele uma organização metodológica do conteúdo a ser desenvolvido em sala de aula, entendemos que o planejamento é uma necessidade para o desenvolvimento dos alunos, viabilizando meios para o sucesso do processo de ensino e de aprendizagem. Nesse sentido, consideramos necessário promover uma reflexão a partir de estudos teóricos evidenciados que levam uma melhor compreensão da importância deste para compreender as mudanças ocorridas em cada período histórico. 

Realizar uma análise sobre o planejamento, hoje, seria essencial para compreendermos melhor a relação existente entre a teoria e a prática desenvolvidas nas escolas. Considerando ainda que planejar é um aspecto complexo no trabalho docente que precisa de muito conhecimento, sentimos a necessidade de um estudo fundamentado, para que possamos ter um maior embasamento teórico/metodológico no desenvolvimento da prática educativa.
Assim para um melhor embasamento teórico da nossa discussão, segundo Libâneo, (1994, p.22) o planejamento tem grande importância por tratar-se de: ”Um processo de racionalização, organização e coordenação da ação docente, articulando a atividade escolar e a problemática do contexto social” 

Percebemos muitas vezes, que a maioria dos professores encontram dificuldades em planejar suas aulas, devido ao fato de muitas vezes não ter formação teórica metodológica necessária para compreender a verdadeira importância do ato de planejar em sua prática pedagógica. Segundo Oliveira (2007, p.21) [...] o ato de planejar exige aspectos básicos a serem considerados. Um primeiro aspecto é o conhecimento da realidade daquilo que se deseja planejar, quais as principais necessidades que precisam ser trabalhadas; para que o planejador as evidencie faz-se necessário fazer primeiro um trabalho de sondagem da realidade daquilo que ele pretende planejar, para assim, traçar finalidades, metas ou objetivos daquilo que está mais urgente de se trabalhar. 

Para tanto, é preciso que o professor conheça a realidade dos seus alunos, a partir de um diagnóstico que favoreça a ele conhecer algumas das dificuldades apresentadas. A partir dai, promover as intervenções necessárias, a fim de que o aluno supere suas limitações e o professor tenha um bom desempenho no momento de trabalhar os conteúdos, para que possa atingir os objetivos esperados 

Para tratar sobre essa questão, a pesquisa se centrará sobre o ato de planejar e como buscar novos meios de avaliar, com objetivo de contribuir com os educadores do Colégio acima citado e considerar que o despertar interesses pelo assunto, favorecerão aos educadores meios que possibilitem seu trabalho, junto aos educandos, cada vez mais eficazes e significativos. Entendemos que somente com um estudo aprofundado sobre o tema é que podemos ter uma maior compreensão daquilo que pretendemos desenvolver e um melhor conhecimento teórico metodológico para que possa subsidiar o professor no momento da elaboração do plano de trabalho docente com a finalidade de melhorar o ensino aprendizagem e, assim, proporcionar aos alunos uma educação de qualidade com resultados eficientes.

Dessa forma, é preciso que a escola faça uma organização curricular, um planejamento eficaz e um processo de Avaliação coerente com o conteúdo trabalhado, ou seja, o processo deve ser claro, preciso e adequado à aprendizagem dos alunos. Acreditamos que a apropriação destes conhecimentos é de fundamental importância, pois a teoria subsidia a prática do professor de forma que ele possa proporcionar uma educação de qualidade a todos os alunos do Colégio Estadual Papa João XXIII. 

2. A IMPORTÂNCIA DE PLANEJAR PARA O PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM 
A partir da pesquisa, percebemos que para o professor desenvolver bem suas aulas, para que a aprendizagem aconteça e que o processo de avaliação seja eficaz é necessário que haja um planejamento condizente com aquilo que ele deseja trabalhar. Podemos afirmar que o planejamento é de extrema importância para que o professor possa pensar na avaliação, promover o desenvolvimento do aluno, haja vista que, esse processo significa que todo trabalho deve ser planejado, com qualidade, de forma que o planejamento e a avaliação estejam diretamente direcionados para a construção do conhecimento do educando.

Entretanto, sabemos que é necessário o professor ter conhecimento daquilo que vai ensinar, como vai ensinar, para quem vai ensinar e buscar ações para que as metas sejam desenvolvidas, no intuito de atingir os objetivos estabelecidos ”[...]sempre que se buscam determinados fins, relacionam-se alguns meios necessários para atingi-los. Isto de certa forma é planejamento (DALMÁS, 1994, P. 23). 

Dessa forma, planejar é o ato de organizar ações a fim de que estas sejam bem elaboradas e aplicadas com eficiência, se possível, nos momentos relacionados da ação ou com quem se age. Por isso, para planejar bem é necessário conhecer para quem se está planejando, no caso, o professor deve conhecer a turma com que trabalha e mais, o aluno com quem trabalha. Quanto mais se conhece, melhor se planeja e se obtêm melhores resultados.

Para Luckesi, (2011, p. 125), “Planejar significa traçar objetivos, e buscar meios para atingi-los”. Logo, entendemos que, para que haja planejamento são necessárias ações organizadas entre si, às quais correspondem ao desejo de alcançar resultados satisfatórios em relação aos objetivos traçados. Em relação a isso, HOLANDA apud Luckesi (2011, p.19) afirma que: Podemos definir o planejamento como a aplicação sistemática do conhecimento humano para prever e avaliar cursos de ação alternativos, com vista a tomada de decisões adequadas e racionais, que sirvam de base para a ação futura. 

Planejar é decidir antecipadamente o que deve ser feito, ou seja, um plano é uma linha de ação pré -estabelecida. Nesse caso, podemos afirmar que uma aprendizagem significativa resulta de uma educação de qualidade que vem de acordo com as necessidades do aluno e afirmamos também que a educação de qualidade só se faz com a construção do conhecimento, a partir de ações voltadas para o desenvolvimento cultural do aluno. De acordo com a autora SANT’ANA, (1986. p 26) o planejamento é dividido em três etapas: 

A primeira é a preparação ou estruturação do plano de Trabalho Docente. 
Esta etapa é onde o professor prevê como será desenvolvido o seu trabalho durante certo período. O professor relaciona os conteúdos que serão trabalhados e como serão trabalhados, ou seja, busca uma metodologia adequada, recursos didáticos e tecnológicos que contribuam para melhor desenvolvimento dos conteúdos. Na sequência é determinado os objetivos a serem alcançados, viabilizando estratégias para que no decorrer do trabalho os objetivos sejam atingidos.

A segunda etapa é o desenvolvimento do plano de trabalho, neste momento as ações que foram organizadas durante a elaboração do planejamento são colocadas em prática, para que o processo ensino aprendizagem sejam efetivados. O trabalho é direcionado e constante por parte do professor, para que o aluno construa seu conhecimento ou transforme o conhecimento existente passando do senso comum, em um conhecimento organizado e sistematizado. 

A terceira etapa é a do aperfeiçoamento. Esta etapa envolve a verificação para perceber até que ponto os objetivos traçados foram alcançados. Neste momento de avaliação é que se fazem os ajustes na aprendizagem de acordo com os acertos dos alunos e as necessidades dos mesmos. 

3. CORRENTES OU TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS QUE INFLUENCIARAM E INFLUENCIAM ATÉ HOJE A EDUCAÇÃO 
O tema planejamento e, objeto de estudo do projeto da escola, foi elaborado de forma que professores, direção e equipe pedagógica organizassem-se para uma reflexão crítica sobre a questão, questão esta que incluiu estudos e leituras críticas das diferentes formas de planejar dentro de correntes e tendências pedagógicas. Libâneo afirma que “A prática escolar, assim, tem atrás de si, condicionantes sociopolíticos que configuram diferentes concepções de homem e sociedade” (1990, p. 19). Portanto, é importante compreender em qual contexto social o aluno está inserido, para entender melhor como se processa a educação e definir as questões que encaminham a construção do conhecimento para que responda às necessidades sociais, econômicas, políticas e culturais, dos alunos de forma que estes possam estar inseridos nesse processo como sujeitos atuantes. 

Percebemos que há um desconhecimento por parte dos professores, das teorias pedagógicas que embasam as Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná, bem como nos documentos da escola como o Projeto Político Pedagógico da escola, do seu Plano de Trabalho Docente e ainda na sua prática pedagógica. Dessa forma, o professor não consegue realizar o seu trabalho com base em uma concepção pedagógica, seguindo uma linha filosófica, por falta dos conhecimentos necessários e corre o risco de comprometer a formação dos alunos. 

Entendemos que não é suficiente apenas o professor ter domínio do conteúdo da sua disciplina, mas é necessário que ele saiba contextualizar estes saberes, situá-los em um momento histórico e entender a realidade dos seus alunos. É preciso fundamentar o seu trabalho em uma teoria que de consistência ao seu trabalho em sala de aula. De acordo com Mèszaros (2007) precisamos embasar nosso trabalho em uma teoria sólida que permita refletir sobre a prática educativa, para que assim possamos promover uma educação de qualidade que venha ao encontro das necessidades dos alunos. Duarte (2007), afirma que nenhuma prática se realiza no vazio, sem as influências das teorias pedagógicas. 

As teorias influenciam todas as práticas pedagógicas, mesmo que o professor não tenha conhecimento disso ele está trabalhando de acordo com uma teoria seja ela: tradicional ou renovada. Dessa forma, é preciso que o professor tenha conhecimento sobre as mesmas para que não corra o risco de comprometer a qualidade de ensino, transmitindo uma educação alienada, pois toda prática pedagógica é também política. A teoria é muito importante para que o professor desenvolva sua prática pedagógica de maneira efetiva e refletida: Para (GASPARIM, PENETUCC 2008. P 3). [...] o educador, conhecendo a teoria que sustenta a sua prática, pode suscitar transformações na conscientização dos educando e demais colegas, chegando até aos condicionantes sociais, tornando o processo ensino aprendizagem em algo realmente significativo, em prol de uma educação transformadora, que supere os déficits educacionais atuais. 

As tendências pedagógicas brasileiras foram muito influenciadas pelo momento social cultural e político da sociedade. Essas tendências formaram a prática pedagógica dos educadores em todo o país. 

Para iniciar a nossa discussão, faremos uma breve contextualização sobre as tendências pedagógicas e a sua influência em cada momento histórico, Em consonância com leituras filosóficas sobre as relações entre educação e sociedade, Libâneo (1985), ao realizar uma abordagem das tendências pedagógicas, organiza as diferentes pedagogias em dois grupos: Pedagogia Liberal e Pedagogia Progressista. 

A Pedagogia Tradicional teve inicio no século XIX, passou com grande força para o século XX e ainda perduram raízes dela pelo século XXI. Foi a primeira a ser instituída no Brasil e essa prática acontece até hoje por parte de muitos dos educadores. Nesta tendência o professor é a figura central e o aluno é um receptor passivo dos conhecimentos, ficando para a escola a função de transmitir o saber sistematizado como verdade absoluta, sendo tarefa do educador “[...] fazer com que o educando atinja a realização pessoal através de seu próprio esforço [...]”(MENDONÇA, disponível em: http://www.mp.gov.br/drogadicao/htm/med2art02.htm. Acesso em 04 agosto, 2014). 

Na Pedagogia Tradicional valoriza-se a memorização onde o aluno apenas realiza as atividade de forma mecânica não leva em consideração as individualidades o saber reflexivo do aluno. O saber a ser transmitido pelo professor deve ser aquele que é considerado um saber ideal na formação intelectual do homem, não é levado em conta a contextualização da realidade social, ou seja, os conteúdos são passados de acordo com as necessidades cultural do aluno. O relacionamento do professor com o aluno é autoritário, onde o professor ensina e o aluno aprende. O aluno assimila tudo passivamente, sem questionamentos, sem um aprofundamento reflexível, isto porque para a Pedagogia Tradicional, o professor é o detentor do saber. O principal método de ensino é a exposição verbal de conteúdos pelo professor. 

Na Pedagogia Tradicional o processo de avaliação da aprendizagem é realizada através de provas orais, escritas e tarefas de casa às quais eram atribuídas notas pelo professor. O professor avaliava apenas seu desempenho ou seja o número de acertos visava apenas a nota, na Pedagogia Tradicional os alunos eram considerados iguais, onde as particularidades não eram respeitadas, dessa forma, muitos não conseguiam avançar e ficavam desestimulados em prosseguir os estudos, sentiam-se excluídos do sistema. Assim afirma (GÔNGORA.1985,p.23). 

O caminho cultural em direção ao saber é o mesmo para todos os alunos, desde que se esforcem. Assim, os menos capazes devem lutar para superar as dificuldades e conquistar um lugar junto aos mais capazes. Caso não consigam, devem procurar um ensino mais profissionalizante. Desse modo, percebemos que o professor não se preocupava com a qualidade de ensino e sim com a quantidade de conteúdos repassados. Não visava o desenvolvimento crítico do aluno, uma formação integral nem as particularidades de cada um, tornando o ensino uma conquista de poucos. 

Na Tendência Liberal Renovada Progressista, a escola deve adequar as necessidades individuais do aluno para atender as exigências da sociedade. Os conteúdos são estabelecidos a partir das experiências vividas por eles frente às situações problema. Por meio de experiências, pesquisas e método de solução de problemas. O professor é auxiliador no desenvolvimento livre da criança, é o facilitador da aprendizagem do aluno. É baseada na motivação e na estimulação de problemas. O aluno aprende fazendo, ou seja, o aluno busca o conhecimento a partir das suas necessidades por meio das experiências vividas e assume a responsabilidade sobre sua aprendizagem. 

A pedagogia Renovada, chamada também de Pedagogia da Escola Nova desenvolveu-se no Brasil na década de 30. Caracterizou-se por centralizar todo o processo educativo na atividade da criança, mas sempre valorizando o trabalho coletivo, da troca, da ação da criança sobre o conhecimento a ser construído, onde a criança se desenvolve em etapas gradativas e geométricas, mantendo-se respeito ao ritmo individual dos sujeitos, sendo um de seus principais princípios pedagógicos, o respeito às características individuais e à sua personalidade. Dessa forma, contrapondo-se com a Pedagogia Tradicional, que não leva em conta as individualidades dos alunos. 

Nesta tendência, o professor deixa de ser o centro das atividades pedagógicas e passa a ser um mediador, um facilitador da aprendizagem, alguém que colabora com o desenvolvimento da personalidade do aluno. O professor se preocupa em repassar conteúdos adequados ao nível de aprendizagem e ao grau de desenvolvimento de acordo com a idade do aluno. Valoriza a participação deste no processo de ensino e de aprendizagem. Na Pedagogia Renovada a metodologia utilizada fez com que o novo modo de ensinar e aprender, fosse substituído por técnicas diversificadas, e não mais por provas orais e escritas. As provas foram substituídas por debates entre alunos, por seminários, murais pedagógicos, a valorização pela pesquisa, por experimentos, estudos sobre o meio social , enfim um ensino que houvesse o envolvimento e a participação do aluno. 

De acordo com Luckesi, 1994. A Tendência Liberal Renovada Não Diretiva tem como foco a formação de atitudes. Baseia-se na busca dos conhecimentos pelos esforços dos próprios alunos. O Método baseado na facilitação da aprendizagem, educação centralizada no aluno; o professor deve garantir um clima de relacionamento pessoal e autêntico, pois ele é um especialista em relações humanas, baseado no respeito. Aprender é modificar as percepções da realidade. Para (LUCKESI, 1994, p. 60). “Ausentar-se é a melhor forma de respeito e aceitação plena do aluno, toda intervenção é ameaçadora, inibidora da aprendizagem” 

A Tendência Liberal Tecnicista é modeladora do comportamento humano através de técnicas específicas. São informações ordenadas numa sequência lógica e psicológica. Procedimentos e técnicas para a transmissão e recepção de informações. Relação objetiva em que o professor administra as condições e transmite informações aos alunos que são receptores de conhecimento, ou seja, a aprendizagem baseada no desempenho do aluno. 

Na Pedagogia Tecnicista, o papel da escola é modelar o comportamento humano para atuar de acordo com a necessidade do sistema capitalista. Compete a escola organizar o processo de aquisição de habilidades atitudes e conhecimentos necessários para que os indivíduos se integrem na máquina do sistema social. Nesta perspectiva, a escola é responsável em aperfeiçoar a ordem social onde está inserida e manter articulações com o sistema produtivo. Os conteúdos de ensino são apenas informações da ciência objetiva dispensando qualquer aparência de subjetividade. Os métodos são procedimentos e técnicas que asseguram a transmissão e assimilação das informações. Nesta pedagogia, o relacionamento do professor/aluno tem papeis bem definidos: o professor é responsável pela transmissão da matéria enquanto o aluno assimila e fixa as informações recebidas. 

Entendemos então, que o professor é um simples elo entre a verdade científica e o aluno, não havendo envolvimento emocional entre eles. LUCKESI (1994. p.62) afirma que: [...] a comunicação entre professor e aluno tem um sentido exclusivamente técnico, que é de garantir a eficácia da transmissão do conhecimento, debates discussões, questionamentos são desnecessário, assim como pouco importam as relações afetivas e pessoais dos sujeitos envolvidos no processo ensino aprendizagem. Vale ressaltar que o objetivo dessa Pedagogia era preparar o homem para o mundo do trabalho, deixando os conteúdos educacionais fragmentados, pois, o que importava era apenas a produção industrial, atendendo aos interesses da sociedade capitalista. Desse modo, o tecnicismo negava tudo que determinava o bem social tendo como princípio a neutralidade científica distanciando, assim o planejamento da prática educativa. 

A Tendência Progressista Libertadora não atua em escolas, porém visa levar professores e alunos a atingir um nível de consciência da realidade em que vivem, utiliza temas geradores retirados da problematização do cotidiano dos educandos. Grupos de discussão. A relação é de igual para igual, horizontalmente. Valorização da experiência vivida como base da relação educativa. Codificação-decodificação. Resolução da situação problema. Questiona concretamente a realidade das relações do homem e a natureza e com os outros homens visando uma transformação social de acordo com Luckesi, (1994. p 7) “[...] o importante não é a transmissão de conteúdos específicos ,mas despertar uma nova forma da relação com a experiência vivida” 

A Tendência Progressista Libertária apresenta a transformação da personalidade num sentido libertário e auto gestionário. As matérias são colocadas, mas não exigidas. Vivência grupal na forma de autogestão. Não diretiva, o professor é orientador e os alunos livres. Prima pela valorização da vivência cotidiana. Aprendizagem informal via grupo. A relação aluno prima pela não diretividade, recusa qualquer forma de poder e autoridade sendo apenas um instrutor-monitor do grupo. Tendência Progressista: "Crítico-social dos conteúdos ou histórico-crítica". 

Difusão dos conteúdos concretos indissociáveis da realidade social. Conteúdos culturais universais que são incorporados pela humanidade frente à realidade social. O método parte de uma relação direta da experiência do aluno confrontada com o saber sistematizado. Papel do aluno como participador e do professor como mediador entre o saber e o aluno. Baseadas nas estruturas cognitivas já estruturadas dos alunos, ou seja, parte dos conhecimentos que o aluno já possui (conhecimento prévio) para atingir um nível mais avançado do conhecimento (síntese). 

De acordo com a Pedagogia Dialética, a escola tem a função de promover a transmissão e a compreensão dos conteúdos sistematizados, ou seja, conteúdos científicos. Saviani, ao correlacionar a teoria dialética do conhecimento com a correspondente metodologia de ensino-aprendizagem. Diz que: [...] o movimento que vai da síncrese (“a visão caótica do todo”) à síntese (“uma rica totalidade de determinações e de relações numerosas”) pela mediação da análise (“as abstrações e determinações mais simples”) constitui uma orientação segura tanto para o processo de descobertas de novos conhecimentos (o método científico) como para o processo de transmissão-assimilação de conhecimentos (o método de ensino) (SAVIANI, 1999, p.83). Nessa pedagogia, o centro do ato pedagógico é: professor e aluno num respeito mútuo. Os métodos de ensino não trazem mais a ação autoritária ou exposição dogmática do professor nem a livre investigação pelo aluno, mas se utilizam de várias formas de ensinar e aprender: problematizam temas, fazem leituras críticas com exposição aberta pelo professor. 

Em função disso, percebe-se que a relação professor/aluno visa respeito e solidariedade. 
O professor passa a ser um orientador amigo que se preocupa com o desenvolvimento integral do aluno. Por esta razão a avaliação na pedagogia Dialética se preocupa com as diversas faces do processo pedagógico procurando desenvolver no aluno o senso crítico e a criatividade. Como o que diz (SAVIANI,1991, p. 103). 

A Pedagogia Crítica implica a clareza dos determinantes sociais da educação, a compreensão do grau em que as contradições da sociedade marcam a educação e, consequentemente, como é preciso se posicionar diante dessas contradições e desenredar a educação das visões ambíguas para perceber claramente qual é a direção que cabe imprimir à questão educacional. Após uma breve análise sobre as tendências pedagógicas que fizeram parte da prática pedagógica dos educadores no Brasil ou, de certa forma, ainda fazem, é necessário refletir sobre a importância de planejar, entendendo que, para o nosso estudo, o planejamento é o instrumento norteador de todo trabalho educativo. 

4. PRÁTICA SOCIAL DO PROFESSOR- (MÉTODO DIALÉTICO). 
Percebemos que, devido às mudanças ocorridas na sociedade atual a responsabilidade do professor vem aumentando cada vez mais e, portanto, é necessário que o mesmo tenha uma formação teórica metodológica para dar conta das necessidades sociais da sociedade. Por isso, o professor deve ter conhecimento e um comprometimento político ao desenvolver seu trabalho em sala de aula, dessa forma, entendemos que a função do professor enquanto transmissor e construtor do conhecimento é muito importante, mesmo com os avanços tecnológicos, que facilitam a aquisição de conhecimentos e informações fora da escola, a atuação do professor é de suma importância no processo de ensino e de aprendizagem, sendo ele o mediador do conhecimento que promoverá a formação e o desenvolvimento do aluno. 

De acordo com Saviani ( 2011), é necessário que o professor reflita sobre sua prática pedagógica e questione a finalidade social dos conteúdos escolares no momento de elaboração do plano de trabalho docente, compreenda a função dos conteúdos científicos-culturais na prática do dia a dia do aluno, e prime por um ensino de qualidade. Enfatiza a importância do método dialético que propicia uma ação docente-discente onde o professor não trabalha pelo aluno, mas com o aluno esta ação pedagógica consiste no uso do método dialético que e a prática- teoria - prática dos conteúdos escolares. De acordo com o autor essa prática se dá em cinco passos, e cada um deles tem como objetivo envolver o educando na aprendizagem significativa dos conteúdos. 

Dessa forma, os conteúdos e os procedimentos didáticos deverão ser estudados na interligação que mantém com a prática social dos alunos. O professor em sua ação pedagógica tem por finalidade criar condições para o desenvolvimento das áreas afetivas, cognitivas, física e social do aluno, bem como, apoiar, orientar e mediar o conhecimento do mesmo, mas para que isso aconteça é necessário que o mesmo tenha conhecimentos teóricos metodológicos para que sua prática seja efetivada, a teoria além de seu poder formativo dota os sujeitos de pontos de vista variados sobre a ação contextualizada. 

De acordo com Libâneo (1990), a função do professor enquanto educador é o formador de consciência, é de grande responsabilidade, enfatiza a importância da sua presença na escola e a necessidade do mesmo avaliar sua prática pedagógica, pois, afirma que este deve ter conhecimentos para conduzir seu trabalho educativo, uma vez que, os saberes teóricos prepositivos se articulam e viabilizam a práxis educativa do contexto de sala de aula, da escola e do sistema de ensino e da sociedade em que a prática se dá. 

Ainda neste contexto (GASPARIM 2005, p.2) questiona a importância dos conteúdos e sobre a responsabilidade do professor viabilizar a aprendizagem destes e a levar em conta a sua dimensão política, isso possibilita evidenciar aos alunos "[...] que os conteúdos são sempre uma produção histórica, de como os homens conduzem sua vida nas relações sociais de trabalho em cada modo de pensar e viver". 

5. A AVALIAÇÃO A SERVIÇO DA APRENDIZAGEM 
A avaliação é um dos componentes essenciais do planejamento de ensino, sendo ela determinante para o processo educativo, ao se pensar em avaliação devemos pensar em um instrumento como meio de diagnóstico, de investigação do processo ensino aprendizagem, sendo assim, ela assume uma dimensão formadora, contribuindo para o desenvolvimento do aluno e, ao mesmo tempo, permite ao professor verificar sua prática pedagógica. A avaliação deve possibilitar o trabalho como novo, numa dimensão criadora e criativa que envolva o ensino e a aprendizagem. Para fundamentar melhor essa ideia (LIMA 2002, p.107) acrescenta: “[...] a avaliação deve servir para acompanhar o desempenho no presente, orientar as possibilidades de desempenho futuro e mudar as práticas insuficientes, apontando novos caminhos para superar problemas e fazer emergir novas práticas educativas”. Pensar em avaliação, ainda hoje, é pensar em resultados, é atribuir valores, é perceber a totalidade da aprendizagem que alunos obtêm em determinados níveis de ensino ou anos. 

Não é difícil encontrar educadores que ainda só avalia para verificar a aprendizagem final do processo deixando de se preocupar com os avanços ou progressos contínuos dos alunos. Neste contexto Zabala diz que: Basicamente, a avaliação é considerada como um Instrumento sancionador e qualificador, em que o sujeito da avaliação é o aluno e somente o aluno e o objeto da avaliação são as aprendizagens realizadas segundo certos objetivos mínimos para todos. (ZABALA, 1998, p. 195). Percebemos muitas vezes, que a avaliação da aprendizagem escolar para o educando é apenas uma ameaça. Isto porque, para ele, os objetivos a serem alcançados não ficam claros e isso faz com que não se preocupem com a essência do conteúdo e sim com a mera resolução de atividades mecânicas , sem relacionar com o contexto do seu dia a dia. 

O processo de avaliação tem como princípio norteador a verificação dos conhecimentos adquiridos, que possibilitem ao educando compreender o mundo onde ele vive. Apropriar-se de informações, estudar, pensar, refletir e dirigir suas ações são necessidades impostas no contexto histórico da humanidade e, assim, a prática pedagógica do professor precisa contribuir para essa formação. Portanto, para que isso possa ser capaz, é importante que no momento de avaliar os instrumentos, os critérios estejam bem definidos para avaliar os conteúdos estudados, possibilitando ao educando ficar mais seguro e confiante daquilo que está buscando ou construindo.

Diante dessa circunstância (LUCKESI, 2011. p.17), afirma que "[...] o ato de avaliar é a forma de investigar o resultado que se espera, e o instrumento de avaliação deve conter sistematizado tudo que foi ensinado para o estudante e não pode ser perguntas aleatórias". Compreendemos que a avaliação não deve servir apenas para qualificar o aluno, mas sim um instrumento que visa contribuir para a compreensão das dificuldades de aprendizagens que os mesmos apresentam. A relação professor e educando, é um ato significativo neste aspecto, um fator muito importante nesse processo, é o diálogo entre ambos, para que essa relação possa ser fortalecida deve haver respeito mútuo, para que o mesmo possa sentir seguro, discutir os valores que favorecem ao aluno, uma melhor responsabilidade e compromisso que poderão ajudar na sua formação enquanto cidadão. 

A escola deve trabalhar de forma que promova no aluno o pensamento crítico e a formação humana na totalidade, para que o mesmo possa relacionar com os outros grupos sociais e tenha condições de expor sua opinião. Sobre tudo ter condições de discutir as questões sociais.

A escola não deve ser apenas o lugar onde forma o indivíduo para o trabalho, mas sim deve trabalhar de forma que acentue no aluno o valor do estudo e promova o na sua totalidade, ou seja, formando o indivíduo integralmente e autônomo para promover mudanças no meio em que vive. Para que isso aconteça professor/aluno devem estar sempre em sintonia um com o outro, tendo como objetivo comum a aprendizagem; ou seja, o domínio dos conteúdos. 

Nesse contexto de acordo com (FREIRE, 1996, p. 59) “Ensinar exige respeito à autonomia do educando”. Portanto o professor deve embasar suas aulas partindo das suas necessidades e avaliar como está sendo sua prática pedagógica para que não cometa erros e comprometa a formação do aluno. De acordo com (FREIRE, 1996, p. 38) “Ensinar exige reflexão crítica sobre a prática”. Nesse contexto, entendemos que a prática educativa do professor deve partir sempre do ponto de vista da necessidade do educando. A avaliação dessa prática deve estar vinculada à essência do conhecimento transmitido pelo professor e/ou que deveria ser assimilado pelo educando. A avaliação, enquanto relação dialógica, vai conceber o conhecimento como apropriação do saber pelo aluno e também pelo professor, como ação-reflexão-ação que se passa na sala de aula em direção a um saber aprimorado, enriquecido, carregado de significados, de compreensão. 

Dessa forma, a avaliação passa a exigir do professor uma relação epistemológica com o aluno - uma conexão entendida como reflexão aprofundada a respeito das formas como se dá a compreensão do educando sobre o objeto do conhecimento. (HOFFMANN, 1991, p. 67) 

Partindo desse pressuposto, entendemos que a avaliação deve ser transparente e mediadora, que não sirva apenas para classificar o aluno, mas sim para promover o seu desenvolvimento pessoal, haja vista, que não se avalie por avaliar. Ao avaliar a aprendizagem do educando, o professor deve ter um objetivo a alcançar, e de posse do resultado, deve re/planejar suas ações e fazer as implementações necessárias visando melhor resultado. É preciso que o mesmo tenha um comprometimento sobre o entendimento das causas dos problemas e fazer uma reorganização do trabalho pedagógico. 

O processo de avaliação deve ser de forma contínua, uma vez que é no dia a dia que o aluno vai construindo seu conhecimento, porque é no acompanhamento diário do desenvolvimento do aluno que se percebe em quais aspectos e quando se faz necessário a intervenção do professor para os ajustes na aprendizagem, de acordo com (VASCONCELLOS, 2005, p. 89).“[...] deve-se avaliar para mudar o que tem que ser mudado”. No entanto, sabendo que a avaliação da aprendizagem escolar é um tema de difícil compreensão para muitos educadores, percebendo também a dificuldade em entender que o planejamento contribui para o sucesso da prática pedagógica do professor. 

Portanto, podemos afirmar que esses foram os motivos que nos levaram a pesquisar e escolher o tema sobre a importância do ato de planejar para que o professor tenha um melhor desempenho em sua prática educativa , tema este trabalhado na Intervenção Pedagógica na Escola direcionado aos professores, discentes, pedagogos e direção da escola. 

6. O PROJETO POLITICO PEDAGÓGICO 
Todo trabalho educativo deve ser pautado em um planejamento reflexo, pois planejar e buscar ações para atingir o que foi planejado de acordo com Parra (1972) implica basicamente, decidir sobre o que pretendemos realizar, o que vamos fazer, como fazer, para que, o que e como devemos analisar a situação, a fim de verificar se o que pretendemos foi atingido. Dessa forma, é importante que todo planejamento seja feito a partir do Projeto Político Pedagógico, pois ele é a própria organização do trabalho a ser desenvolvido na escola, e para melhor fundamentar essa ideia na concepção de (VASCONCELLOS, 1995. p.143) Projeto político Pedagógico é: [...] um instrumento teórico-metodológico que visa ajudar a enfrentar os desafios do cotidiano da escola, só que de uma forma refletida, consciente, sistematizada, orgânica e, o que é essencial, participativa. É uma metodologia de trabalho que possibilita re-significar a ação de todos os agentes da instituição. 

 A partir dessa reflexão é possível compreender que a elaboração desse documento é fundamental para o bom andamento da escola, pois pode ajudar a equipe pedagógica, professores e comunidade a buscar ações para transformar a realidade existente e provocar mudanças no interior da escola, bem como o modo de agir de todos os envolvidos no processo. De acordo com (GADOTTI, 1994, p. 579) “Ao construirmos os projetos de nossas escolas, planejamos o que temos intenção de fazer, de realizar. Lançamo-nos para diante, com base no que temos, buscando o possível. É antever um futuro diferente do presente”. 

7. A INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA NA ESCOLA 
A Intervenção Pedagógica na escola desenvolvida pelos professores PDE, tem o objetivo de ajudar na solução dos problemas educacionais percebidos por eles e pesquisados durante o período de formação pelos professores em curso, com a ajuda dos professores orientadores e repassados aos professores de suas respectivas escolas que demonstraram interesse pelo trabalho e tema desenvolvido na pesquisa. Neste caso, o foco da pesquisa foi sobre a importância do planejamento e da avaliação. Juntamente, a leitura e debate dos textos estudados, favoreceram uma re/organização das atividades docentes, levando-os a refletirem sobre sua prática pedagógica para melhor avaliação. Este trabalho tem o propósito de intervir na realidade da escola de modo a incentivar as pessoas que compõem o corpo docente e equipe pedagógica a buscarem um melhor aperfeiçoamento, por meio de curso de formação, a fim de que compreenda a importância do planejamento para o processo ensino aprendizagem, bem como a fundamentação teórica e metodológica necessária a sua prática pedagógica. 

O desenvolvimento do trabalho se realizou por meio de estudos de textos referenciados, vídeos análise de documentos da escola como: Projeto Político Pedagógico, Plano de trabalho docente e avaliações que foram compartilhados através de debates e atividades dirigida. 

A Implementação Pedagógica ocorreu de forma satisfatória, o projeto foi analisado e discutido pelos participantes, que afirmaram ser pertinente para o aprimoramento do conhecimento dos educadores, houve a participação de todos, que contribuíram com suas ideias e sugestões para Implementação do Projeto na escola, as experiências relatadas por eles muito contribuíram para enriquecer o conhecimento, que favoreceu no sucesso do curso e um maior aprendizado. 

A experiência de cada participante, juntamente com a leitura e debate dos textos estudados, favoreceram uma re/organização das atividades docentes, levando-os a refletirem sobre o Planejamento e a Avaliação. O tema pesquisado teve uma ótima aceitação pelos participantes do grupo, pois o estudo visou realizar um trabalho que fosse ao encontro das dificuldades apresentadas pelos professores, de modo geral, e que atendesse a diferentes abordagens pedagógicas ainda não compreendidas por todos. 

O ato de planejar bem, para bem avaliar está vinculado à prática do PTD (Plano de Trabalho Docente), documento que permeia a prática do cotidiano dos educadores. Ela foi direcionada pela SEED, sendo um dos momentos obrigatórios de estudos do PDE, e foi marcado por oito encontros presenciais de quatro horas cada um, mais oito horas de estudos à distância para leitura de textos complementares e resolução de atividades, totalizando quarenta horas de curso. 

Na Implementação Pedagógica na escola, os estudos foram divididos em cinco temas diferentes, mas interligados entre si, tendo um objetivo comum, proporcionar aos professores os conhecimentos necessários para subsidiá-los no momento da elaboração do plano de trabalho docente. Os temas estudados durante a Intervenção Pedagógica na Escola foram: 

No primeiro e segundo encontro, estudou-se o Planejamento de ensino, as diferentes concepções verificando os passos necessários para um bom planejamento, objetivando a compreender a importância do mesmo como fator indispensável para o ato educativo, a partir do texto de referência da autora Flávia Maria Sant'anna “Planejamento e avaliação” 

No terceiro e quarto encontro, foram trabalhadas as principais correntes ou tendências pedagógicas. Os estudos analisaram as principais correntes ou tendências pedagógicas, a fim de que os professores pudessem perceber como a escola do passado ainda está presente em nosso dia a dia. Como as raízes do tradicional ainda permeiam os trabalhos pedagógicos e, também para que reconhecessem a importância do estudo dessas teorias para entender o processo teórico-pedagógico desenvolvido na escola, com segurança. Isto porque muitas vezes, por falta de conhecimento adequado deixamos de proporcionar ao aluno condições de desenvolvimento crítico e reflexivo., este estudo pautou-se no texto de José Carlos Libâneo ”Democratização da escola pública” e no Vídeo de Newton Duarte, a fim de fundamentar os conhecimentos para que os mesmos possam elaborar novos conceitos a partir dos já existentes. 

No quinto e sexto encontro, os estudos foram direcionados ao tema Avaliação da aprendizagem escolar, os professores tiveram a oportunidade de refletir e compreender esse processo de forma que pudessem provocar mudanças significativas em sua prática pedagógica, o estudo deste tema foi um momento muito importante, uma vez que a maioria dos professores apresentam dificuldade em realizar esse processo de forma satisfatória e segura, dessa forma puderam compartilhar com os colegas de trabalho as experiências vividas, as teorias estudadas e principalmente perceber a vontade de mudança visível em cada um dos participantes. Nestes encontros, houve depoimento dos professores em relação às dificuldades encontradas para avaliar os alunos em salas superlotadas, também da falta de interesse e de compromisso que muitos alunos têm em relação ao conteúdo estudado. 

Os professores afirmaram que, no momento da avaliação afirmaram que é muito mais fácil avaliar os alunos em turmas pequenas do que avaliar os alunos em turma numerosa. Disseram ainda que, a qualidade do trabalho é muito superior no primeiro caso. ”O estudo desse tema deu-se a partir do texto de Jussara Holfmann, avaliação “Mito x Desafio” vídeo de Carlos Cipriano Luckesi, que fala sobre a Avaliação da aprendizagem e visa a plena formação do estudante para uma educação de qualidade. No sétimo encontro os estudos foram direcionados ao tema “A prática social do professor (Método dialético) com texto de João Luiz Gasparim ”Uma Didática para Pedagogia Histórico Crítica”. Durante os estudos desse momento os professores, participantes da Implementação Pedagógica na escola, tiveram a oportunidade de elaborar um plano de aula, dentro da perspectiva histórico crítica, levando em conta todas as fases que leva o aluno ao domínio do conhecimento científico, aplicando-o em sala de aula e trazendo discussões com resultados positivos para a aprendizagem do aluno. 

Para finalizar os estudos da Implementação Pedagógica na escola foi escolhido o tema O Projeto Político Pedagógico da Escola: uma articulação necessária, pois compreendemos que o Projeto Político Pedagógico da escola deve dirigir e articular todos os trabalhos pedagógicos e consequentemente deve estar em consonância com uma das tendências pedagógicas escolhida pelos educadores da instituição. 

Para este último momento de estudos foi proposto aos participantes da Implementação Pedagógica da escola um estudo do Projeto Político Pedagógico, comparando-o com as teorias estudadas no decorrer do curso, verificando principalmente qual o tipo de avaliação contida no mesmo e se ela satisfaz os anseios de uma avaliação que acompanha e norteia o processo de ensino nos dias de hoje. Todos os participantes foram unânimes em dizer que a teoria que embasa o PPP da escola, é a Pedagogia Crítica Social dos Conteúdos, de Saviani, e que a avaliação contida no mesmo satisfaz os anseios de uma educação moderna, pois, ela é diagnóstica, formativa e também prevê a recuperação dos conteúdos, preocupando-se com a retomada dos mesmos sempre que necessário. Afirmaram que a avaliação deve servir de base para que o professor retome suas ações e que a aprendizagem aconteça. 

Ficou claro para todos os participantes da Implementação Pedagógica na escola que a avaliação não é um fim e sim um meio. Com as análises e debates feitos referentes aos estudos das ações foi visualizado que só acontecerá uma aprendizagem significativa quando ao planejar as aulas (PTD), se planeje também quais critérios de avaliação serão usados e o que se quer que o aluno aprenda com o conteúdo a ser trabalhado, escolhendo instrumentos de avaliação adequados a cada um deles. Este estudo foi realizado a partir do texto de Ilma Veiga Passos ”Projeto Político Pedagógico: Uma construção coletiva” com o objetivo de analisar a prática avaliativa usada dentro do processo educativo da escola. 

Estes momentos de estudos tiveram a intenção de mostrar na prática, como a avaliação deve estar a serviço da aprendizagem. O Material Didático, utilizado para estudos, foi elaborado pela professora PDE, com as devidas orientações exigidas pelo Programa e envolveu dentre o tema principal “Planejamento de ensino os seguintes temas: Principais correntes ou tendências pedagógicas, avaliação, prática social do professor (método dialético) e Projeto Político Pedagógico”. Os temas apesar de terem sido analisados e estudados separadamente, todos estavam envolvidos no processo de ensino/aprendizagem, focados na importância de cada um no processo de planejar e de avaliar. 

O trabalho foi realizado com êxito, mas para que isso pudesse acontecer foram selecionados textos diversificados e adequados a cada tema, com vídeos para proporcionar maior fundamentação teórica e um maior embasamento no momento de realização das atividades propostas. Houve momentos de reflexão acerca de cada tema estudado onde os professores puderam ampliar seus conhecimentos e assim adotar na prática pedagógica, ocorreu a participação efetiva de todos os participantes com opiniões e sugestões que enriqueceram as discussões, para que comparassem com a realidade de nossa escola, foi muito importante levar aos educadores participantes da Intervenção Pedagógica na Escola, o conhecimento teórico sobre planejamento e os demais temas abordados , para alcançar uma prática eficaz e significativa 

8. PLANEJAMENTO DE ENSINO E O GRUPO DE TRABALHO EM REDE (GTR) 
Perceberam também que para bem a avaliar é preciso antes planejar, pois, um trabalho só tem resultados com qualidade quando este é bem planejado de acordo com aquilo que se espera. Portanto, para isso se faz necessário também a mudança de metodologia como diz (VASCONCELLOS, 2005, p.68). “[...] não se pode conceber uma avaliação reflexiva, crítica, emancipatória, num processo de ensino passivo, repetitivo, alienante”. 

A postura pedagógica do professor é de suma importância para o seu sucesso profissional diante dos alunos e até mesmo de toda a comunidade escolar. Para finalizar, consideramos que é necessário repensar a forma que formulamos nosso planejamento, as metodologias as quais utilizamos para ensinar, assim como os procedimentos adotados para o processo avaliativo para verificar se o nível de aprendizagem apresentado por nossos alunos é adequado e satisfatório. Com este trabalho, sobre Planejamento demonstramos que é possível o professor elaborar seu plano de trabalho de maneira que esteja condizente com a realidade e possibilite os alunos a expressarem seu conhecimento, para que o aluno demonstre interesse pela aprendizagem significativa.

A escola precisa se organizar de forma que estes tenham o interesse pelo conhecimento e valorizem o saber para que também eles possam obter uma aprendizagem satisfatória e significativa. 

9. REFERÊNCIAS 

CORAZZA, Sandra Mara. Manifesto por uma Dialética: Contexto & Educação. Universidade de Ijuí/RS, vol. 6, n. 22, abr/jun 1991. 
COTRIN, Gilberto. Educação para uma escola democrática: história e filosofia da educação. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 1988. 
DALMÁS, Ângelo. Planejamento Participativo na Escola: elaboração, acompanhamento e avaliação. 12. ed. Petrópolis: Vozes, 1994. 
DEMO, Pedro. Educação e Qualidade. Campinas: Papirus, 1994. 
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa, 34. ed.São Paulo: Paz e Terra, 1996 (coleção leitura) 
GASPARIN, João Luiz. Uma Didática para a Pedagogia Histórico-Crítica. 2. ed. Campinas: Autores Associados, 2003. 
GASPARIN, José Luiz; PENETUCCI, Maria Cristina. Pedagogia histórico-crítica: da teoria à prática no contexto escolar. PDE/2008. Disponível em Acesso em: 30. set.2014. 
GÔNGORA Francisco Carlos, Tendências Pedagógicas na Pratica Escolar, Edições Loyola. São Paulo. 1985. 
HOFFMANN, (1991, p. 67) Avaliação Mediadora. Uma Relação Dialógica na Construção do Conhecimento 
HOFFMANN, Jussara Maria Lerch. Avaliação Mediadora: Uma Prática em Construção da pré-escola à Universidade. 20. ed. Porto Alegre: Mediação, 2003. 
LIBÂNEO, Jose Carlos. Democratização da Escola Pública: a pedagogia críticosocial dos conteúdos. 19 ed. São Paulo: Loyola, 1990. 
LUCKESI, Cipriano Carlos. Filosofia da Educação.7ª ed. São Paulo:Cortez,1994. 
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da Aprendizagem Escolar. 17. ed. São Paulo: Cortez, 2005. 
LUCKESI, Cipriano Carlos. O que é mesmo o ato de avaliar a aprendizagem?2000. Disponível em:http://fisica.uems.br/profsergiochoitiyamazaki/2008/texto3%20pratica2_not_2008. doc. Acesso em 03 setembro de 2010. 
MÈSZAROS, I. A educação para além do capital. In. MÈSZAROS, I. O desafio e o fardo do tempo histórico: o socialismo do século XXI. São Paulo: Bointempo, 2007. 
PARRA, Nelio.Planejamento de Curículo.Revista Escola, nº 5, São Paulo, Abril, 1972.p.6 
SANT’ANNA, Flávia Maria et al. Planejamento de Ensino e Avaliação. 11 ed. Porto Alegre: Sagra, 1986. 
SAVIANI, Demerval. Escola e Democracia. 40 ed. Campinas: Autores Associados, 2008. 
SAVIANI, Demerval. História das ideias pedagógicas no Brasil. Campinas: Autores Associados, 2007. 
VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Avaliação: concepção dialética-libertadora do processo de avaliação escolar. 15 ed. São Paulo: Libertad, 2005. 
ZABALA, Antoni. A Prática Educativa: Como Ensinar. Ernani F. da F. Rosa (Trad.). Porto Alegre: Artmed. 1998. 





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