Oi gente,
Tudo certinho por ai?
Esse período de agosto é muito conturbado pra mim, por conta do "Dia dos Pais". Fui uma criança tipicamente brasileira - pai ausente, mãe com namorados, padrasto etc... Logo, comemorar o Dia dos Pais na escola nunca fez muito sentido pra mim. Com o tempo entendi que na verdade não faz muito sentido para praticamente metade das crianças brasileiras.
Segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil atualmente possui 57,3 milhões de mães solo, isto é, quase 40% dos lares não tem um pai. Essas mães precisam, além de chefiar seus lares, combater o preconceito e superar os desafios financeiros e sociais.
Não me parece uma realidade compreendida nas escolas, quando insistem em comemorações homenageando uma figura paterna, que em quase metade dos casos não está lá!
Eu compreendo que o mundo não tem que se adaptar a cada criança, e sim que as crianças precisam se adaptar à realidade, portanto a falta do pai é algo que elas terão que lidar! Não há como fugir disso.
Também acho que o fato de uma criança ter pai não é, de forma alguma, ofensivo a uma que não tem!
Mas além de me parecer desnecessário passar um mês inteiro ensaiando musiquinhas e dancinhas para afagar o ego de alguns pais presentes, poderíamos utilizar este tempo com algum aprendizado útil, dentre os vários que existem na escola!
Se metade das crianças não possui uma figura paterna para celebrar este dia, por que as escolas ainda praticam essas comemorações? Por que fazem questão de manter em seu calendário escolar esta data comemorativa arcaica e passível de causar constrangimentos e decepções, já que a aprendizagem retirada dela é insignificante? A resposta já era esperada: A sociedade ainda não está pronta para reconhecer o abandono paterno, mesmo que seja um fato.
Algumas opções para minimizar a problemática já são adotadas por muitas escolas, entre elas a "FESTA DA FAMÍLIA", que agrega não somente pais, mas todas as pessoas que cuidam e amam as crianças, participando de sua convivência. Acolhendo assim alunos criados não somente por pais e mães, mas também por avós, tios, entre outros tutores.
Se mesmo sabendo da realidade social a escola ainda decidir manter a data comemorativa no calendário escolar é importante ter em mente algumas ações extremamente necessárias:
1. Não utilizar o horário das aulas para executar os preparativos da festa, desta forma os alunos não perderão mais oportunidades de estudo fazendo trabalhos manuais relacionados a uma comemoração que não faz sentido para eles;
2. Não tornar a participação na festa comemorativa obrigatória ou com valor de nota participativa, uma vez que é essencial compreender que nem todos os alunos sentem-se confortáveis com a data;
3. A escola deve sempre aceitar as experiências pessoais dos alunos, e suas configurações familiares fazem parte destas experiências, sejam elas tradicionais ou plurais.
Gostaria de deixar transparente que esta é uma opinião pessoal, embasada em informações reais e experiência própria, e está aqui justamente para ser discutida com respeito e empatia, como todas as opiniões devem ser conversadas! Mas sinta-se livre para me contar como funcionam as datas comemorativas escolares na escola onde você trabalha? O que pensa a respeito da comemoração do Dia dos Pais na escola?
Beijos, M.
🔑 Espero que tenha gostado do conteúdo.
Para escrever este texto consultei diversas fontes: Google, Wikipédia, Revista Nova Escola e IBGE. A chave do sucesso é consultar outras fontes você também!